3 de set. de 2012

PAULISTA, FRAÇÃO (MAIS) LINDA DO BRASIL.

"Em cima, o céu é mais azul, é mais bonito 
Em baixo, a brisa tem aroma de eucalipto
Teu povo é mais ordeiro e mais gentil
Paulista, fração linda do Brasil"
(Joel Andrade)

A história do Paulista começa no ano de 1535, quando o município ainda fazia parte da estrutura de Olinda. O donatário Duarte Coelho doou ao seu cunhado, Jerônimo de Albuquerque, as terras de Paratibe, em reconhecimento aos serviços prestados por ele à Colônia. Em 1550, Jerônimo de Albuquerque, por sua vez, doa essas terras ao português Gonçalo Mendes Leitão, que casou-se com sua filha, Antônia de Albuquerque. Iniciou ali um grande povoado, com a construção de um engenho dágua (com o nome de Paratibe), uma capela (dedicada a Santo Antônio) e um sobrado. Em 1555 era fundada a primeira freguesia*. 

Após alguns anos, a propriedade de Paratibe passou a denominar-se Paratibe de Cima, sendo esta parte desmembrada, cabendo a um dos filhos de Gonçalo Mendes, que levantou um engenho e deu ao mesmo o nome de Paratibe de Baixo.
Com a morte de Gonçalo Mendes, alguns lotes de terra foram vendidos, passando grande parte daquela propriedade para o domínio de outras pessoas. Nessa época, o Coronel Francisco Berenguer adquiriu, a titulo de compra, uma porção de terras em Paratibe de Cima, que se estendia até o riacho “Lava-Tripas”, fundando o Vínculo de Paratibe. Tal área abrangia os terrenos “Cova da Onça”, bem como os sítios do “Viana”, “Ferraz” e “Mirueira”, além de toda a extensão desde a estrada pública até o lugar denominado “Água do Curral”.
Posteriormente, o engenho Paratibe de Baixo e toda a propriedade de Maranguape pertenceram ao mestre de campo João Fernandes Vieira, que construiu ali um sobrado para sua residência e uma capela dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres.
Após a sua morte, em janeiro de 1681, sua viúva fez escritura de dote para uma filha natural de João Fernandes, de nome Maria Joana Cezar, por seu casamento com o Capitão-Mor Jerônimo Cezar de MeIlo. Com o falecimento de Dona Maria Cezar, ocorrido em 1689, o Coronel Francisco Berenguer, irmão da falecida e testamenteiro, vendeu o referido engenho ao mestre de campo Manoel Alves de Moraes Navarro, natural da Capitania de São Paulo, de onde veio comandado por um terço de primeira linha para a chamada “Campanha dos Palmares”.
Naquela época, era muito comum o uso da expressão: “vou para o Engenho do Paulista” ou “venho de Engenho Paulista”, o que originou, mais tarde, o povoado do Paulista, Vila do paulista e a partir de 1935, município do Paulista.

Um fato importante na história do município aconteceu em 20 de maio de 1817, quando o padre João Ribeiro Pessoa de Mello Montenegro, participante da Revolução Pernambucana, suicidou-se ao tomar conhecimento do fracasso do movimento. Seu cadáver, sepultado na capela do Engenho Paulista, foi desenterrado e mutilado; a cabeça, separada do tronco, foi levada para o Recife e colocada no pelourinho por ordem do almirante Rodrigo Lobo, comandante da esquadra enviada da Bahia pelo conde dos Arcos, para reprimir a revolução. A lei nº 3.843/2005 determina o dia 28 de fevereiro como feriado municipal, em comemoração ao nascimento do Padre João Ribeiro, herói da Revolução Pernambucana de 1817.
Em 1904, o sueco naturalizado brasileiro Hermann Theodor Lundgren comprou a maioria das ações dessa indústria têxtil, inaugurando um novo período da história daquela povoação. Nas mãos do novo proprietário e de seus filhos (Alberto, Frederico e Arthur Lundgren), as máquinas obsoletas da fábrica foram substituídas por equipamentos modernos, importados da Inglaterra, os quais produziam algodões brancos, lisos e trançados. Uma das primeiras medidas do novo proprietário foi à construção de uma vila com 500 casas de tijolo e telha para a moradia dos operários, em substituição às palhoças que ali existiam. Herman Theodor Lundgren faleceu em 1907, com 72 anos de idade e sua obra teve continuidade e expansão com seus filhos e netos.
Dois anos depois, em 1909, foram criadas as “Lojas Paulistas”, originárias dos famosos tecidos de marca “OLHO”, que tinham a matriz em Paulista e filiais em quase todas as principais cidades do Brasil. Na região Sul, elas recebiam o nome de “Lojas Pernambucanas”. 
No Porto Arthur, próximo ao Pontal de Maria Farinha, os barcos da Companhia de Tecidos Paulista transportavam para outros centros consumidores madeira extraída da Mata Atlântica, além de outros produtos. As Locomotivas da CTP recebiam cargas de madeira de lei ou lenha para queima, cereais e outros gêneros alimentícios vendidos nas feiras livres ou utilizadas para suprir os barracões (espécie de venda onde os operários faziam suas compras semanais.Os vagões eram carregados nas estações de Chá de Estevão (atualmente Araçoiaba) e Chá de Trepa-e-desce, além de outros povoados: Arregalado, Engenho Novo, Pindobinha e Itapiré, Machado, Caiana, Aguiar, Aldeia e Seringa.
Tendo em vista a grande produção das fábricas, os filhos do Sr. Herman Lundgren buscavam mão-de-obra no interior de Pernambuco, Paraíba e adjacências.
Dentro dos muros da Fábrica Aurora, ainda hoje é possível ver a estação e os trilhos, bem próximos ao portão.
No final da década de 70, a criação do Distrito Industrial de Paratibe transformou Paulista em um importante pólo industrial da Região Metropolitana do Recife. Ao mesmo tempo, a implantação de conjuntos habitacionais da COHAB* aumentou consideravelmente a área urbana, o que resultou num grande acréscimo da população.

Um comentário:

MOVAP disse...

Parabéns, Adriano.
Obrigado por gostar de Paulista.
Obrigado pela citação.
Um abraço.
JOEL ANDRADE.